sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Mágua

Hoje o céu está escuro como bréu.

Tão escuro, como escuro está meu coração.

O tempo voa rápido, como a águia voa no céu.

Fiquei assim, desde que mergulhei na solidão.

Que posso fazer para acalmar esta mágua.

Que haja um Deus, que tenha de mim compaixão.

Imagem - CicloVivo


Solidão é tanta coisa, mas principalmente a cadeira 

e o espaço que ficaram vazios.


mpuresa 8 de Dezembro de 2023

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Rosas para os meus Amores, que estão no Céu

 


O Natal está a aproximar-se, mas sem vocês meus queridos, deixou de ter sentido.

Por melhor que esteja, há sempre lugares vazios.

A saudade e a dor de não vos ter, de não vos poder abraçar, não abranda, cada vez é mais forte.

Queria tanto que Deus fizesse o Milagre, de poder estar convosco, um minuto ou mesmo um segundo sómente. 



quinta-feira, 2 de novembro de 2023

 

A incomparável beleza da ilustração científica


A ilustração científica é uma técnica e uma arte velha de cinco séculos. É uma técnica especializada, que serve naturalistas, médicos, biólogos e outros cientistas. E é uma arte que tem produzido gravuras de incomparável beleza - gravuras que espantam, pelo pormenor e pela composição, tanto o cientista como o leigo. […]
Os últimos cinco séculos de ilustração científica compreendem praticamente todo o património desta técnica e arte, que só pôde florescer com a invenção e desenvolvimento da imprensa. Anteriormente, quando a reprodução dos textos estava a cargo dos copistas, as ilustrações que neles eram inseridas não podiam ser reproduzidas com fidelidade.
[…] O advento da imprensa de caracteres móveis incentivou a reprodução de gravuras, feitas em madeira ou cobre e por processos manuais. Essas gravuras passaram a poder ser inseridas em livros e reproduzidas em grande quantidade, mantendo fidelidade quase absoluta ao original. É nessa altura também que invenção renascentista da perspetiva veio a introduzir técnicas mais realistas de criação de imagem.



 […]A transição dos séculos XV para o XVI traz consigo uma explosão no conhecimento do mundo.
 […]Vasco da Gama contorna o continente africano e descobre o caminho marítimo da Europa à Índia. Colombo encontra a América. Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil, terra de espantosa fauna e flora que ainda hoje espanta o mundo.
É nesta época maravilhosa que surge a ilustração científica moderna. […]
Ao chegar aos séculos XIX e XX, a técnica atinge um requinte inaudito. …Já nos finais deste século, atinge-se um novo patamar nesta história antiga de cinco séculos. O ilustrador tem agora à sua disposição um instrumento gráfico novo: o computador. Essa nova ferramenta permite-lhe um controlo sem precedentes sobre o pormenor das imagens, sobre as cores, as perspetivas e as proporções. O ilustrador científico moderno utiliza as novas tecnologias a par com as antigas. […] Estes artífices, que produzem as ilustrações que os cientistas e médicos utilizam para comunicar as suas experiências, são também artistas que deleitam os olhos do público.


sexta-feira, 27 de outubro de 2023

AVE MARIA. Matteo Bocelli.

As fotos das minhas flores

 

Flores no Outono


Num dia chuvoso de Outono, nada melhor do que nos deliciarmos com flores.
Aí vão fotos das minhas. Espero, que elas vos tornem os dias mais alegres, e vos levem a esperança de dias mais luminosos.   

 

 

 
 

 
 


 

 

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Momento de poesia

 Canção Amiga

Eu preparo uma canção

em que a minha mãe se reconheça,

todas as mães se reconheçam,

e que fale como dois olhos.

Caminho por uma rua

que passa em muitos países.

Se não me vêm, eu vejo

e saúdo velhos amigos.

Eu distribuo um segredo

como quem ama ou sorri.

No jeito mais natural

dois caminhos se procuram.

Minha vida, nossas vidas

formam um só diamante.

Aprendi novas palavras

e somei outras mais belas.

Eu preparo uma canção

que faça acordar os homens

e adormecer as crianças.


Carlos Drummond de Andrade





segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Lantanas, rainhas no Verão e no Outono


O seu nome cientifico é Lantana camara.
 Popularmente é conhecida por Lantana.
 É originária da América Tropical.
 Existem cerca de 500 espécies. Incluem herbáceas e arbustos.

É uma planta, com um efeito ornamental espetacular. 
As inflorescências são compostas por numerosas flores, formando buquês de cores variadas.
É no Verão e no Outono, que nos presenteia com as suas belas flores. 
As folhas são muito pilosas. 
A planta é agradavelmente perfumada.     

Para o seu cultivo o solo deve ser fértil.
As regas devem ser regulares, mas não exageradas.
Na adubação, uso o adubo azul, porque as mantém fertilizadas por muito tempo. 
Suporta bem as altas temperaturas. 
Adora ser cultivada em lugar ensolarado e abrigado. 
Poda-se na Primavera, mas se houver necessidade pode dar-se uma ligeira poda de limpeza no Outono.
A multiplicação, é feita por estacas, aproveitadas da poda e por sementes.
As lantana camara, têm a particularidade de formar grandes arbustos.

A Lantana camara mutabilis, na mesma planta dá inflorescências de vários tons (rosas e amarelo ou vermelho, alaranjado com amarelo).
Vejam, fotos das minhas como exemplo.

Entre nós as mais conhecidas são:

 
                                        Lantana camara mutabilis

                                            Lantana camara victória

                                           Lantana camara flava   

                                           Lantana lilacina fucata (muito perfumada), e de ramos mais frágeis.

Dê vida e cor ao seu jardim com a lantana, verá que vale a pena.

Fotos - mpureza


domingo, 15 de outubro de 2023


Por lapso, não citei a fonte, da publicação anterior: Súplica poema de Miguel Torga, publicada em:

 https://poesiaspreferidas.wordpress.com/


Peço desculpa, pelo incidente.


 

Súplica

 


Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de costume 

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria…
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

Miguel Torga

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Outono

Este ano o Outono, está a brindar-nos com dias solarengos e com temperaturas quentinhas.

Convida a tarefas no jardim e nas hortas.

Há sempre que fazer.


É uma boa época, para se multiplicarem as suculentas, enraizando-as em água ou plantando-as em

vaso ou diretamente no jardim. 


Se optarmos pelo jardim, podem-se fazer canteiros com variedades diferentes, que resultam sempre

 muito bem e fazem um efeito maravilhoso. 

Um cesto pendente é sempre uma boa opção, principalmente quando o espaço é reduzido.

Deixo-vos as minhas dicas e desejo que vos sejam úteis.

 Até ao próximo artigo.


Fotos da Net.

publicado por: mpureza

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Povo - poema de Pedro Homem de Melo

Povo

Povo que lavas no rio,
Que vais às feiras e à tenda,
Que talhas com teu machado
As tábuas do meu caixão,
Pode haver quem te defenda,
Quem turve o teu ar sadio,
Quem compre o teu chão sagrado,
Mas a tua vida, não!
Meu cravo branco na orelha!
Minha camélia vermelha!
Meu verde manjericão!
Ó natureza vadia!
Vejo uma fotografia...
Mas a tua vida, não!
Fui ter à mesa redonda,
Bebendo em malga que esconda
O beijo, de mão em mão...
Água pura, fruto agreste,
Fora o vinho que me deste,
Mas a tua vida, não!
Procissões de praia e monte,
Areais, píncaros, passos
Atrás dos quais os meus vão!
Que é dos cântaros da fonte?
Guardo o jeito desses braços...
Mas a tua vida, não!
Aromas de urze e de lama!
Dormi com eles na cama...
Tive a mesma condição.
Bruxas e lobas, estrelas!
Tive o dom de conhecê-las...
Mas a tua vida, não!
Subi às frias montanhas,
Pelas veredas estranhas
Onde os meus olhos estão.
Rasguei certo corpo ao meio...
Vi certa curva em teu seio...
Mas a tua vida, não!
Só tu! Só tu és verdade!
Quando o remorso me invade
E me leva à confissão...
Povo! Povo! eu te pertenço.
Deste-me alturas de incenso,
Mas a tua vida, não!
Povo que lavas no rio,
Que vais às feiras e à tenda,
Que talhas com teu machado,
As tábuas do meu caixão,
Pode haver quem te defenda,
Quem turve o teu ar sadio,
Quem compre o teu chão sagrado,
Mas a tua vida, não!
Pedro Homem de Mello, in "Miserere"