Formação dos meses (continuação)

 Setembro

Conserva este mês, o nome correspondente ao 7º lugar, que lhe fora atribuído no calendário de Rómulo.

No tempo dos Imperadores Romanos, teve diversas designações, tais como: Tibério; Germânico; Antonino; Hercúleo e Tácito. Todas elas alusivas a celebridades da Época.

Posteriormente, nenhuma delas foi aceite, retomando assim o antigo nome de Setembro.

Com a Reforma de Numa Pompílio, o mês passou a ser o 9º (em vez do 7º) do ano, mas manteve o mesmo nome (Setembro).

Os Romanos, consagravam-no a Vulcano, Deus do Fogo e era considerado o primeiro mês do Inverno.

Setembro tinha para a Antiga Roma, importantes recordações Históricas: no dia 7, Tito conquistou a cidade de Jerusalém; no dia 20 nasceu Rómulo, o fundador de Roma e o seu primeiro Rei; no dia 22 do Ano 19 antes de Cristo, morreu o poeta Virgílio; no dia 23 morreu Octávio Augusto e no dia 30 nasceu Pompeu.

Este mês era representado pela figura de um homem, vestido de púrpura e coroado de cachos de uvas, com algumas espigas numa das mãos e uma balança na outra, símbolos das ceifas e das vindimas. 

Formação dos meses (continuação)

 Agosto

No calendário de Rómulo, em que não existiam os meses de Janeiro e Fevereiro e o ano começava em Março. Agosto era o 6º mês do ano.

Com a reforma de Numa Pompílio passou a ser o 8º. Conservando porém o nome de Sextil, alusivo à sua primitiva posição.

Só na época de Octávio César, mais conhecido por Augustus, veio este mês a mudar de nome.

Nesta época o senado, para render a Octávio César, igual homenagem á que tinha sido prestada a Júlio César. Decretou que que este mês (precisamente aquele em que, pela primeira vez, Octávio César ascendera ao consulado), passasse a denominar-se Augustus, do qual provém a palavra Agosto.

Este mês era, pelos antigos Romanos, consagrado a Ceres - Deusa dos campos e das searas.

Era representado pela figura de uma mulher formosa, de grande estatura, coroada de espigas de trigo e com feixes delas em ambas as mãos.

Formação dos meses (continuação)

 Julho

Este mês chamou-se, inicialmente Quirinalis e era o 5º do calendário de Rómulo. 

Depois, foi esta denominação mudada pela de Julius, resultado de um decreto publicado por Marco António, em honra de Júlio César. 

Representavam Julho, através de um homem nu, queimado pelo sol, com cabelos ruivos cheios de espigas, tendo no braço um cabaz de amoras.

Entre as antigas festividades, celebradas neste mês, são notáveis: os Jogos de Neptuno, os Apostinários , os de Circo e os Minervenses.

No dia 28 oferecia-se a Ceres um sacrifício de vinho e mel. 

Também se matavam, alguns cães ruivos em honra da Canícula, para afastar os calores violentos.

Formação dos meses (continuação)

 Junho

Era o 4º mês, do primitivo calendário Romano e o seu nome deriva do latim Junius, de Júnio Bruto. Poderá dever-se ao facto de ser consagrado a Juno, rainha dos Deuses. 

Rómulo atribuiu-lhe 30 dias mas, Numa Pompílio reduziu-o para 29. Só com a reforma mandada efetuar por Júlio César, aparece de novo com 30 dias.

Os antigos Gregos, festejavam neste mês as olimpíadas, em louvor do seu Júpiter Olímpico, senhor absoluto de tudo. Consagravam-lhe folguedos e jogos, de que Hércules foi o iniciador.

É neste mês que, já no nosso calendário, se festejam os santos mais populares. Ateando-se e saltando-se fogueiras e entoando canções, aos milagrosos santos populares: António, João e Pedro.

Os antigos representavam Junho, na figura de um mancebo coberto com um manto verde escuro, coroado de vários emblemas e com um cesto de frutas no braço, tendo na mão uma águia.

Foi ainda, representado por um lavrador, regando as suas searas.

A formação dos meses (continuação)

 Maio

Era o 3º mês do calendário de Rómulo e o 5º do de Numa Pompílio.

Rómulo deu-lhe 31 dias, mas o seu sucessor reduziu-o a 30, tendo sido Júlio César quem lhe restituiu o dia retirado.

Os Romanos, no primeiro dia de Maio, ofereciam sacrifícios a Maia, mãe de Mercúrio e crê-se, que daí veio a denominação do mês.

Era, no primeiro dia de Maio, que começavam os Jogos Florais ou Festa em honra de Flora; as mulheres brincavam e dançavam noite e dia, sendo coroadas de flores, as que alcançassem o prémio.

Desde então, ficou o costume de enfeitar, as portas e janelas com maias ou flores de giestas. Costume que ainda se observa em certas regiões do país.

Maio era representado por um mancebo bem parecido, coberto com uma vestidura branca e verde, bordada com várias flores. Com uma grinalda de rosas na cabeça e um pavão aos pés. 

Também era representado, com uma lira numa das mãos e um rouxinol na outra.

A formação dos meses (continuação)

 Abril

O nome deste mês deriva do latim Aperite, que significa abrir.

É o único dos meses, cuja denominação, faz lembrar a estação em que o colocaram, referindo-se ao abrir das flores na Primavera.

Rómulo o instituiu com 30 dias, e o seu sucessor Numa Pompílio lhe tirou um.

Porém, Júlio César, quando do concelho de Sosigenes reformou o calendário, restituiu-lhe esse dia, ficando novamente com 30 dias.

Este mês, era consagrado pelos Romanos à deusa Vénus, chamando-se também por isso Mensis Veneris, o mês de Vénus.

O mês, era representado por um Cúpido, com uma coroa de rosas na cabeça.

Formação dos meses (continuação)

 Março

Rómulo, estabelecendo o primeiro calendário para a sua recém-fundada cidade, fez a divisão do ano em 10 meses, chamando ao primeiro Martius, em intenção a Marte (deusa da Guerra) de quem se intitulava filho.

Numa Pompílio, segundo rei de Roma e sucessor de Rómulo, acrescentou-lhe os meses de Janeiro e Fevereiro e deixando Março em terceiro lugar, retirando-lhe a honra de capitanear o ano.

Março, apesar da origem do seu nome, era em especial consagrado a Minerva (deusa da Sabedoria).

Nas *calendas deste mês, celebrava o paganismo, muitas das suas festas pela primeira vez no ano. Como era o caso, do reacender do fogo no altar de *Vesta e o da renovação dos louros secos, depositados no Capitólio, para coroar quem porventura, alcançasse algum triunfo.

Ainda assim, os antigos Romanos, reputavam este mês, de mau agouro para a celebração de casamentos.

*Calendas - primeiro dia de cada mês.

*Vesta - personificação do fogo Sagrado (protetor de Roma).  

Formação dos meses (continuação)

 Fevereiro

O nome deste mês provém do latim Februarius, que deriva por sua vez, das festas que os Romanos celebravam em honra de Juno ou Februa, deusa das purificações.

Durante essas festas, era costume imolarem-se animais em sacrificios expiatórios.

Era também neste mês, que os Romanos homenageavam Pan, o protetor dos campos, dos rebanhos em geral e sobretudo dos pastores.

 Como era o caso, de Termino ou Termo, divindade tutelar dos marcos e balizas dos campos.

Não existindo no primitivo calendário, só nele veio a ser introduzido com a reforma de Numa Pompílio, segundo rei de Roma.

Fevereiro era simbolizado, por uma figura vestida de azul, com uma ave aquática na mão e um vaso transbordante de água na cabeça.

Como se formaram os meses do Ano e seus nomes. ( in Almanaque Cultural )

Janeiro 

O nome deste mês provém de Janus, Deus Romano que foi dotado por Saturno com a graça de conhecer, no passado e no presente, tudo o que quisesse.

Este deus que presidia ao tempo, à paz e à guerra, era representado por uma cara com duas faces: uma virada para o passado, outra para o futuro. Por vezes, era representado por uma cabeça com quatro caras - as estações do ano. Era ainda representado por uma chave na mão direita e um bastão na esquerda.

Com a chave abria as portas dum templo que foi edificado em sua honra, em Roma, o qual se mantinha fechado em tempo de paz.

Em honra desta divindade, os Romanos costumavam visitar-se no primeiro dia do mês e trocarem presentes.

Tantas saudades de ti, querida Mãe

 

Aí para o Céu, mil beijos e abraços de eterna gratidão, Mãe.

Desconheço o autor

 

 ENCOMENDAÇÃO

Alma penada

Condenada

À vida,

Não paro de viver.

Sempre a acender

A luz interrompida,

Perturbo o sono de quem dorme ao lado.

Dia e noite acordado

E ofegante,

Lavro como um arado

Obstinado

Os pousios do tempo circunstante.

E, fora de sazão

E de razão,

Sem ouvir os gemidos

Dos sentidos,

Semeio e reverdeço a terra desolada

Da minha solidão.

Canto com emoção

Desencantada

Versos serôdios que a geada cresta.

Versos sem voz futura,

Mas que são, nesta hora de amargura,

A única certeza que me resta.

16.08.1980

Miguel Torga, in Diário XIII

 

 

Vida

Já perdoei erros quase imperdoáveis,

tentei substituir pessoas insubstituíveis

e esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso,

já me decepcionei com pessoas

que eu nunca pensei que iriam me decepcionar,

mas também já decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,

já dei risada quando não podia,

fiz amigos eternos,

e amigos que eu nunca mais vi.

Amei e fui amado,

mas também já fui rejeitado,

fui amado e não amei.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,

já vivi de amor e fiz juras eternas,

e quebrei a cara muitas vezes!

Já chorei ouvindo música e vendo fotos,

já liguei só para escutar uma voz,

me apaixonei por um sorriso,

já pensei que fosse morrer de tanta saudade

e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).

Mas vivi!

E ainda vivo!

Não passo pela vida.

E você também não deveria passar!

Viva!

Bom mesmo é ir à luta com determinação,

abraçar a vida com paixão,

perder com classe

e vencer com ousadia,

porque o mundo pertence a quem se atreve

e a vida é muito para ser insignificante.

*Augusto Branco*

Se atreva! Viva!

Bom dia!

 "Ostra feliz não faz pérola."

*Rubem Alves*

Nós precisamos passar por essa vida de forma marcante, se doendo, vivendo, se entregando.

Se comovendo, se emocionando, amando. A dor está intrinsicamente ligada ao viver. Para doer, basta que estejamos vivos.

A dor está entrelaçada aos nossos processos de crescimento, de amadurecimento, de evolução, de cura.

Então que estejamos prontos, que estejamos inteiros.

A vida requer da gente coragem, coragem de saber que apesar de qualquer dor, há uma vida linda que nos aguarda.

Bom dia!

 

Todos nós temos uma visão do Mundo. Essa visão é única. Como uma impressão digital da nossa alma. Não há visões mais importantes que outras. A maneira como nós vemos o Mundo é só nossa. E isso é o que torna a nossa visão bela.

*Manoel de Barros*

106 Anos do Poeta das Delicadezas, Manoel de Barros...

 "A gente ama não é a pessoa bonita, é a pessoa que sente bonito, que olha bonito, que toca bonito, que nos ouve bonito.

A gente ama é a luz que brilha na curva do sorriso quando a pessoa nos avista de longe.

A gente ama é a leveza do olhar que como asa de borboleta toca de leve as nossas dores.

A gente ama é o calor, o afago do abraço que nos envolve e protege como casa.

A gente ama é a sabedoria das palavras que não são ditas num longo diálogo silêncioso.

A gente ama é a sutileza da presença, é o acolhimento, quando na hora da dor sem dizer uma palavra a pessoa nos põe no colo do coração."

Edna Frigato